Muito filosofam sobre a situação solitária da existência humana, talvez fruto do niilismo que domina o mundo intelectual contemporâneo. "Sou consciente e realista".
A questão que tenho refletido é a força do emponderamento do significado de existir na comunhão de vidas, a questão de sabermos que nossa vida não é isolada, nem a tragédia e nem a fortuna são exclusividades de uma existência.
Escutei uma vez uma frase que não mais esqueci: "isso é algo que acontece com gente e não com poste", é uma frase bem simples, mas me levou a uma introspecção imediata e reveladora, um sentimento de que "nunca estamos sozinho nessa" brotou.
Os acontecimentos felizes, não podemos nos causar um sentimento de superioridade, e os tristes, de inferioridade. Ocorrem com todos, com certeza há outra pessoa no planeta que possui a sua doença ou teve sucesso no trabalho como você. Não há solidão, a uma profunda empatia com a raça o humana, quando transformarmos em missão existencial nossas dificuldades e vitórias, podemos sentir toda a humanidade dentro de nós, cada pessoa. Isso não é idealismo, é algo que já se encontra dentro do coração humano, a empatia.
Imagine seu problema de saúde, outras pessoas que o tem, mas talvez em circunstâncias piores, com menos apoio ou com maiores dificuldades de tratar, talvez essa pessoa se sinta impotente, talvez derrotada, não seria gostoso ela conhecer você e saber que estão enfrentando o mesmo desafio?
O individualismo coroe a empatia, ergue a solidão existencial, a desunião da raça humana pode ser considerada a grande raiz de infelicidade material e espiritual das pessoas, precisamos direcionar nossa vida e adicionar e ser adicionada por outros, é daí que surge o significado do seu nascimento nesse mundo e do que deve realizar em vida.